“Que seja eterno enquanto for recíproco.” Foi essa frase que li, dias atrás, a qual me deixou estupefato. Ao longo da nossa vida, trocamos de pessoas como trocamos de roupas. A gente se ilude, cria expectativas e quando vemos, já estamos reféns da nossa própria exigência, aquelas exigências que impomos a nós mesmos. Cada vez que cultivamos um amor, uma paixão, uma amizade é natural que acabe se não houver reciprocidade. Perdemos a sensatez quando gostamos cegamente de alguém. Sentimos uma impotência que chega correr a alma.
Provas? Sabe aquele amigo que só aparece quando precisa de você? Aquela amiga que não te visita, não manda mensagens, não liga, não se lembra do seu aniversário? Pois é, essas são só algumas das muitas referências. A cada sentimento de rejeição é preciso se perguntar se vale a pena continuar insistindo numa relação. Já não estou mais falando apenas de amizades, mas, sim, daqueles amores que estão ao nosso lado, mas ao mesmo tempo parece que não. Se algum conselho servir, anota esse: Você mesmo pode ser essa pessoa que tanto procura nos outros.
Todos nós temos mil maneiras de nos reinventar, de nos reconectar com nós mesmos. Não desperdice seu tempo com quem não merece ter você por perto. A vida ainda pode te surpreender. Você mesmo pode se surpreender. Faça um bom proveito de si mesmo. Esteja aberto para novas experiências, como cultivar o silêncio, ir ao cinema sozinho, andar por aí sem precisar de algum grude ao lado – não há reciprocidade maior que a sua própria companhia.
Experimente viajar, conheça novos lugares, faça cara e bocas em frente ao espelho, seja um adolescente que acaba de conhecer vasto mundo. Não se prenda às pessoas, aos rótulos, aos status ou àquilo que não te faz bem. Não espere ninguém para você mesmo se valorizar. Se ame. Desapegue-se, faça um bom negócio. E só então, depois dessas vivências, desse gatilho de coragem que a vida por si mesma encaminhará de colocar em nossas vidas pessoas que valem a pena de verdade.
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