Kerley Carvalhedo

Nostalgia do Natal

De uns anos pra cá, não sei se só sou eu que percebi, mas não vejo mais aquela sintonia natalina que tínhamos antes, eu sei que tudo mudou, não podemos comparar os tempos.

De uns anos pra cá, não sei se só sou eu que percebi, mas não vejo mais aquela sintonia natalina que tínhamos antes, eu sei que tudo mudou, não podemos comparar os tempos. Quando falo do espírito natalino, estou querendo dizer que as pessoas deixaram um pouco de lado aquela importância de unir a família durante o Natal.

O Natal era uma ótima oportunidade para reunir a família que morava longe. Nessa data, podíamos rever todos os parentes que não via durante o resto do ano. Era uma alegria poder reencontrar todo mundo. Um ano parecia uma eternidade, dava para fazer uns planos e cumpri-los até o final dele. A impressão que eu tenho hoje é que o ano mal começa e já estamos no final. Nem dá pra esquecer o que a gente comeu na ceia passada. Tudo é muito rápido. Natal era uma data especial a ponto de ser planejados meses antes. Hoje se planeja como um encontro casual, uma semana antes, se der.

Fazia parte também trocar cartões musicais natalinos, era tradição − sou da época que se escreviam manualmente – hoje o mundo é digital. Enfeitar a árvore de Natal em família era a melhor parte.

Ah, antes as crianças choravam quando ganhavam uma boneca que falava e os meninos abriam um sorriso quando ganhava um carrinho de controle remoto ou um Power Rangers − estou falando de uma época antes da tecnologia. Hoje já não faz sentido dar um presente desses. É uma ofensa. Um smartphone já um bom começo – isso até não aparecer uma tecnologia nova –, um modelo mais avançado.

Em resumo; o verdadeiro Natal hoje tem apenas um significado: consumo exacerbado. Para quem ainda não se acostumou com essas coisas como eu, resta apenas ser saudosista.

Imagem/Nubia Navarro