Kerley Carvalhedo

Buraco negro

Estava lendo uma dessas pesquisas feitas por astrônomos, esses especialistas que dedicam a vida toda a observar o espaço. O artigo falava sobre o buraco negro que supostamente estava engolindo outras galáxias. Acho um maior barato, até parece história de ficção.

Estava lendo uma dessas pesquisas feitas por astrônomos, esses especialistas que dedicam a vida toda a observar o espaço. O artigo falava sobre o buraco negro que supostamente estava engolindo outras galáxias. Acho um maior barato, até parece história de ficção. Os astrônomos ressaltavam que nossa galáxia poderia estar se aproximando do tal buraco negro. Estima-se que daqui a milhões de anos a história da humanidade estará fadada.

Dá um arrepio só de pensar nisso! Mas quem liga? Ninguém, né? Pelo menos, eu não me importo muito, nem sabemos se estaremos vivos daqui para o outro final de semana, quanto mais daqui a milhões de anos. Até lá, nem restos mortais haverá de nós. Minha pergunta é: Você tem medo do buraco negro? Se tem, não deveria. Já que você não sabe, vou falar uma coisa: O buraco negro, que hipoteticamente preocupa astrólogos e cientistas, fica a bilhões de quilômetros daqui. Apesar disso, o buraco negro que você deve se preocupar está mais perto do que você pensa, está aí dentro de você, engolindo-o todos os dias, minando suas forças, sua capacidade e sua saúde mental. Não precisamos ir muito distante para sermos engolidos pelos buracos negros. A crueldade pode estar aí, na esquina da sua casa. Só basta um esbarrão de leve para você ser engolido pela grosseria e a má educação dos outros.

O buraco negro pode ser aquele emprego que o está consumindo aos poucos, pode ser aquela amiga que carrega mexericos em cima de você, e, nessa condescendência, você vai sendo empurrado para o buraco negro da malevolência.

O buraco negro pode ser a insatisfação que está te sufocando, asfixiando por dentro, tirando sua paz. O presumido buraco negro pode ser a falta de oportunidade, de novos caminhos que você deixou de criar. Acredite: pode ser você mesmo. É, você que sempre faz as coisas do mesmo jeito, sem mudar uma vírgula e ainda culpa os outros por você ser assim, um trouxa.

Pode ser você o próprio buraco negro que suga os outros. Reveja isso e comece a mudança. Ainda dá tempo. A dica é: viver a vida sem desperdiçá-la com coisas inúteis. Temos muito que se viver, sem precisar se preocupar nesses acontecimentos que são uma incógnita. O único motivo que você deve se preocupar agora é com sua finita vida. Deixar o universo, porque ele sabe reger suas próprias leis sem precisar de um fiasco do dedo humano. E por falar nisso, aproveite para dar uma boa resinificada na sua existência. Vamos viver; afinal, o nosso prazo aqui tem validade.

Imagem/Pexels