Kerley Carvalhedo

As tias da minha vida

Todo mundo tem uma tia legal. Não tem? Pois é, eu tive a sorte de ter sido o primogênito dos sobrinhos e netos, por isso fui muito corujado por minhas tias; afinal eu era o primeiro sobrinho. Era. Porque hoje dá para montar um exército de sobrinhos e netos.

Todo mundo tem uma tia legal. Não tem? Pois é, eu tive a sorte de ter sido o primogênito dos sobrinhos e netos, por isso fui muito corujado por minhas tias; afinal eu era o primeiro sobrinho. Era. Porque hoje dá para montar um exército de sobrinhos e netos.

Tenho tia para todos os gostos. Sabe aquela tia que quando te vê quer te abraçar, beijar e te fazer de boneco? Tenho tias que não se limitam a fazer isso nem em público. Tem aquela tia que adora me presentear, e os mimos são os mesmos: livros. Uma tia fez uma viagem para fora do País; na volta, trouxe um livro de autoajuda, até hoje não li. Tem aquela tia entrevistadora que até parece que trabalha no TV Fama ou no Roda Viva. Pergunta o que eu ando fazendo, planejando, que estou tão sumido, se estou namorando, quer saber até o que comi nos últimos 30 dias, quer saber tudo. Ufa! Essa eu tenho que entregar o relatório completo. Até brinco perguntando se ela não quer o meu RG, CPF e o extrato do banco. Ela parece se importar comigo. Ainda tem aquela tia que é a melodramática, essa puxou à minha mãe, faz drama por tudo. “Você se esqueceu de mim, sobrinho? Não recebo mais suas ligações, suas mensagens. O que foi que eu te fiz?” “Calma, tia, você não fez nada. Só me esqueci de agendar seu contato novo”. Aí começa tudo de novo, blá-blá-blá.

Falando nisso, eu não poderia esquecer daquela tia que descobriu a tecnologia e agora não sai das redes sociais. Meu Deus! Como eu poderia me esquecer dessa tia? Ela deve estar agora bisbilhotando os perfis de outras pessoas, inclusive o meu. Adoro você, tia. Beijos se estiver lendo isso.

O pior de tudo é você ter que aturar uma tia religiosa e fanática. Um dia desses, ela veio de longe me perguntando quando eu ia visitar a sua igreja. Nunca fui. Ah, faltou a tia sorriso, ela ri de tudo, a conheço há quilômetros; sua gargalhada extravagante e seu jeito extrovertido fazem qualquer indivíduo se apaixonar, ela não passa despercebida nem pousando de fina.

Tia chatonilda, essa é pior do que a Dilma quando lia seus discursos. Ela reclama de tudo e de todos. Se um dia for visitá-la, me peça a lista do que pode e o que não pode fazer na casa dela. Até tomar chá com biscoito ouvindo Bossa Nova você é obrigado. Vou encerrar esta crônica, porque senão eu estou ferrado. Mas antes preciso deixar registrado que eu amo todas. Cada uma tem sua particularidade, seu jeito de ser, suas características. Outro dia, falo sobre a tia que adora futebol em vez de novelas.

Imagem/Internet